domingo, 1 de maio de 2022

fragmentos n° 3

uma pessoa centrada sem posse do seu centro; com muitos ímpetos que se desperdiçam como flashs, em muitas direções, e sem captar nada; aparentemente equilibrada mas com gostos obscuros; uma tendência à melancolia e devaneios no geral; o ato procrastinador se apresenta de maneira contraditória, não necessariamente significa aproveitar o que se está fazendo. Muito se apresenta inclusive, para quem vê de fora, como ato produtivo.   Mas muitas vezes actually é apenas um impulso compulsivo derramado pela ansiedade. Dormir e devaneiar são hábitos da adolescência que têm retornado com força. Vou acariciando os meus devaneios deitando na minha campina, ruminando ervas tenras, oscilando entre dentro e fora, unidade e fragmentação, eu e o mundo. Eu fecho os olhos e o passado me visita. Ele não me machuca mais, antes me coloca em seu peito e me nina com cantigas anciãs, ecos muito confortáveis... Se no meio do sono choro, o cobertor se faz de abraço, tão recolhida que estou na minha solidão de muitas camadas e entrelinhas e a qual me sentenciei, no mais. 

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