domingo, 29 de agosto de 2021
I would rather not go back to the old house
Essa cidade faz muito calor eu disse pro Uber ele só ficou em silêncio eu saindo com adolescente fiquei de repente com uma necessidade de demonstrar que apesar que apesar que ridículo. Mas ficar batendo perna no shopping realmente me fez me sentir velha e só cansada e todas aquelas pessoas aqueles casais aqueles grupinhos de jovens e eu só pensando realmente que porra tô fazendo aqui depois de duas taças de vinho será que de eu fumar um gudan os meninos vão ficar assustados, as mães vão achar ruim? Ao mesmo tempo, foda-se, não tô aqui pra tomar conta de ninguém e é isso. Mas uma solidão no meio dessa gente toda uma angústia uma distoância do mood do que é aquilo ali, uma nostalgia de quem já fui naquele lugar. Ela perguntou, uma varanda aqui, mas tinha uma varanda aqui no shopping e eu nunca vi? E eu tive que responder já pensando em outras lembranças pois é, na verdade era uma área pra fumantes, mas uma pessoa se matou e eles interditaram a área pra sempre. E tudo aquilo me cansando eu tentando me integrar e ao mesmo tempo pensando ora porra são só um bando de meninos de quinze anos, porque diabos ficar ansiosa com isso mas de repente ela vinha com toda a intensidade e cansaço se embolando no meu peito e se emaranhando com tantas outras coisas que não entendo... O Uber corre rápido, gasta na viagem um terço de tempo do que demorou para vir nos buscar, e minha cabeça por aqui e por lá ao mesmo tempo pensando na minha casa no meu amor meio quebrado que eu tô tentando consertar com delicadeza beijo a beijo e ao mesmo tempo nesse passado que insiste em se arrastar atrás de mim, machucando os meus tornozelos na mesma cidade, porém uma cidade diferente, na mesma casa, porém numa casa diferente, e no mesmo sofá, porém numa sofá diferente. Contexto diferente porém mesmo ambiente e uma revisitação de drama. Tudo vem a tona.
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