sexta-feira, 6 de agosto de 2021
em anseios idílicos
A eventualidade era demasiado rarefeita para ser romântica, e nem mesmo a possibilidade (tarde uma nuvem rósea lenta e transparente) de se terem cruzado andando ou correndo pelo cais de alguma cidade suíça provocava qualquer emoção (sobre o espaço, sonhadora e bela) concreta. Entretanto, ao focalizar ao acaso o farol da retrospecção naquele labirinto do passado - onde os estreitos corredores (grita ao céu e a terra toda a natureza) revestidos de espelhos não apenas tomavam rumos diversos mas ocupavam níveis (cala a passarada aos seus tristes queixumes) diferentes (como a carroça puxada por um burro passa debaixo de um viaduto sobre o qual desliza um carro veloz) -, (e reflete o mar toda a sua riqueza) ele se viu enfrentando, de forma vaga e sem compromisso, a ciência que se tornaria uma obsessão (suave a luz da Lua desperta agora) na sua idade madura - problemas de espaço e tempo, o espaço contra o tempo, (a cruel saudade que ri e chora) o espaço distorcido pelo tempo, o espaço como tempo, o tempo como espaço. (tarde, uma nuvem rósea lenta e transparente) E espaço se separando do tempo no trágico e (sobre o espaço, sonhadora e bela) derradeiro triunfo da cogitação humana: morro, logo existo.
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