sexta-feira, 18 de novembro de 2022

 as coisas que não entendo vêm com urgência todas de vez que quero fugir, quero entrar num lugar vazio dentro de mim ou lamber as feridas lidar com sentimentos familiares. eu desço e tento encontrar razões abstratas por eliminação destruição possibilidade probabilidade. A razão irrompe de maneira inconveniente, de novo sem palavras pra sentimentos obscuros. O meu corpo reflete o meu inconsciente, o odeio sem motivo, mas não encontrar respostas não poder decidir não poder simplesmente não poder vem me consumindo, o peso e ardor no peito tão físico, tão imediato. antes eu o romantizava, o gelo nas minhas veias o frio geral eu romantizava e enfeitava tudo mas agora não posso e simplesmente não consigo, não consigo nem lidar e nem entender. como explicar desejo e amor. como explicar o meu desejo e amor. parece que as coisas no meu corpo vem sendo desbloqueadas muito lentamente, as coisas na minha mente duram eras no entanto. como explicar um sentimento completamente submerso, seja submerso por quaisquer motivos? eu nem sinto que sejam ruins, apenas completamente distintos. lembram covardia indecisão inconformismo amor afeto anseio desejo necessidade perda perdida em transe sensível aberta fechada e algumas dicotomias e algumas coisas mais que são too close to home and too near the bone mas ainda não close o suficiente. no final vejo que racionalizo muito o tempo todo quem diria que eu seria tão iletrada no que considerei meu campo que esse inóspito dentro de mim fosse tão necessário. preciso pensar e recobrar amorafetoanseio o desejo não precisa; é evidente. o que? o que destrói qualquer nó faz vir em ondas doloridas de prazer e me amolece me deixa presa e entregue? me amacia abranda comove abala e enternece? será o corpo que tenho deleite em beijar, e que beijando deleito e a minha libido me guiando para um prazer profundo numa trilha de estímulos física? ou quando percebo apetite e arroubo nos seus olhos, que me carrega no colo com voracidade e me faz sua na cama? ou o anseio e temor da invasão, física ou intocável que ele me infringe quando me possui, uma invasão que meu corpo reconhece como muito... bem vinda  e necessitada...? mas qual o sentido disso tudo, o que exatamente é diferente, é uma fuga?

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