segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Ji Eun-Tak

Observando a progressiva mudança de caráter de Jin Eun-Tak, fiquei pensando, quem eu seria se tudo não tivesse acontecido. Será que eu sorriria mais? Será que as coisas seriam mais fáceis? Será que eu seria um pouco mais forte ou será que eu sou forte agora?

Eu não me sinto forte agora. Na verdade me sinto a caminho de uma perda de sentido total, coisa que eu já tinha prometido a mim mesma que não pensaria, porque afinal, não é necessário atribuir sentido a tudo, muito menos um sentido grandioso. Eu não entendo muito bem o niilismo, mas uma coisa que sempre me veio a tona é como alguém pode querer ou conseguir viver com a falta de sentido total. Quando você não acredita que a vida de fato tem algum propósito senão orgânico, como é que a liberdade de atribuir sentido você mesmo pode ser acalentadora? Pra que tanto capital simbólico? Pra quê relações? Pra que méritos? Isso tudo me parece tão mesquinho...

Estou de novo no processo de me iludir com alguma coisa trivial pra conseguir me iludir com algo maior que é viver. Eu ia começar a falar sobre depressão e ansiedade nas primeiras linhas, mas isso é muito maior do que uma doença mental; pra mim, é uma verdade absoluta e amarga.

A verdade é que Ji Eun-Tak pode não existir de fato, mas o vazio no coração dela, os dez anos que se passaram e a fizeram mudar de uma adolescente cheia de energia e respostas para uma adulta depressiva, ansiosa e medicada, sem ao menos entender porque que isso tudo estava acontecendo com ela, foi representado com tanta maestria que me fez pensar

Me fez pensar quem eu seria se tudo não tivesse acontecido naquele ano maldito

E essa frase idiota tatuada na minha nuca, eu gostaria de raspá-la

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