segunda-feira, 4 de junho de 2018
Caminho subterrâneo
Aquela coisa mecânica toda deslizando que nem uma serpente e todo mundo se matando 7 horas da manhã pra passar pela porta, pra sentar a bunda 10 15 minutos no arzinho domesticado.Os seus cabelos negros E eu só pensando meu deus quando isso vai parar, cacheados quando essa loucura na minha vida vai acabar de uma vez por todas, esse negócio de virar noite, você não mudou de posição a noite toda esse negócio de morrer de ansiedade por causa de um e depois por causa de outro, a luz do sol invadiu o quarto e você essa coisa gelada correndo no meu corpo todo, no meu pulso, nos meus dedos. Os meus dentes no seu pescoço Essa falta de tato minha com as pessoas, essa mania de ficar gastando dinheiro com comida só pra não ter que comer a comida de casa, a sua língua no meu colo pensando sempre que vai ser muito melhor, tudo vai ser sempre muito melhor fora de casa mas não é, nunca é. O sol em vez de despertar pesa nas costas, lapeia a pele, vira carrasco. dor prazer dor prazer O silêncio do quarto me incomoda, o seu gemido quando te toquei a rua não tem silêncio, a sala de aula não tem silêncio, a respiração pesada e nenhum outro ruído no quarto o silêncio do metrô incomoda mas na verdade o que incomoda mesmo é essa coisa aqui dentro, essa porcaria que não sabe se fica feliz ou se morre de uma vez na cama, essa bipolaridade doentia, animação e letargia, você junta as duas e isso vira só insônia, nada que preste. o seu gosto O gostosinho é quando você senta na praça esperando alguma coisa acontecer, começa a chover e parece um sonho, as coisas flutuam, ficam meio borradas. o seu beijo Parece até que a morte tá levando a gente devagarzinho você me penetra e devagarzinho a gente fecha os olhos e acorda num susto. Eu E cuidado estou pra não pisar no vão viva entre o trem e a plataforma.
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