quarta-feira, 20 de abril de 2016

Os pássaros estão cantando
aquele antigo acalanto
de outrora
Os pássaros cantam
e não há mais espaço pra mim
vou-me embora

Me digas,  passarinho,
donde vem tua tristeza?
Me contes,  pequeno bicho
do gelo nas minhas veias

A brisa agora é ventania
e estás a cair sem planar
mas o ninho há de esperar
a sua cotovia

Éramos tu e eu nesse deserto
Fundado pelo meu coração indisciplinado
no solo nada brotava,  e nada crescia
apesar das lágrimas que o regavam

Mas o ninho há de esperar
a sua cotovia
e vou me esconder debaixo
das tuas asas
Até o outro dia...

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