sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

dor vezes três

O silêncio da noite permite que se ouça a minha pulsação, que lembra as batidas incertas do teu coração. Lembro das respirações e o tom de laranja (é engraçada a minha mania de sempre lembrar do laranja), as pernas trépidas, os cochilos e o suor, frutos do esforço de um agrado mútuo, de uma união que ía além da nossa compreensão: uma reação biológica inteligível ou coisas de vidas passadas. Depois era o ônibus lotado e a decepção de ter que voltar pra casa.  Ainda sentada no banco, uma sms: s2. Socialmente éramos dois, mas de alma unida - você era minha outra metade; sua dor era a minha dor. Quantas lágrimas omitidas em casa chorei no teu colo? Parece que te esqueceu... Parece que te esqueceu que um dia foste meu pilar. Resistir às coisas da vida não é tão fácil sem você aqui. Brincando de ser cotovia, parte de mim morreu e o escarcéu está a ponto de completar nove meses. Uma gestação. Quase um parto. Me delicio em dor e sarcasmo.

Eu acredito em Karma agora.

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